segunda-feira, 3 de julho de 2017

De Madri, ao inferno

 


Nota do tradutor: a análise abaixo logicamente pode ser estendida a muitas outras capitais do mundo, já sodomizadas através das políticas públicas maçônicas. Poderia se dizer que em tempos de Sodoma não existia a Maçonaria. Não importa. O seu espírito já estava lá, assim como os sodomitas.
Tradução de Airton Vieira – Dizem os purpurinados que há que construir uma sociedade nova, liberada de tabus e sem os condicionamentos do passado. Os malvados acrescentam que há que superar os complexos e as repressões. Começando, claro está, pela mais totalitária de todas elas: o pecado. Dizem que já está bem o submeter-se ao que se chamava pecado, porque agora se decidiu democraticamente, nesta sociedade do bem-estar, que o pecado não existe. Como se o pecado pudesse anular-se a golpe de Decreto Lei ou de Amoris Encíclica.
Tudo mudado, fica a liberdade para fazer somente o que querem os que amam a liberdade. E nesta alquimia de laboratório pós-moderno, a linguagem fica submetida à revisão. Te pode cair uma multa gorda se chamas de Pedrinho um menino que decidiu ser Joaninha. O se apresentas uma instância chamando Meu muito prezado Sr., a um Trans-Juiz que então não te admite a demanda e te põe uma a ti por não chamar-lhe Meu muito prezado Senhor Trans. Ou bem Meu prezado Trans. Vá se entender uma coisa dessas.
Séculos de literatura castelhana ficam à mercê da hermenêutica que decida o tipo, tipa, tipe, tip@ de turno que tenha ganhado as oposições a professor, professora, professore, professor@ da correspondente Autonomia[1]. Há que fazer um cursilho especial para aprender a dirigir-se a cada qual ou a cada qualo. A ideologia de gênero assim o impõe a seus esbirros de um e outro signo. Porque nisto não há liberdade que valha. Ou te sobes ao carro (ou à carroça) do orgulho linguístico ou te cai um multão e um sambenito[2] acompanhantes. [Não quero pôr a autêntica palavra porque tem traços masculinos e de signo machista.]

Os refrãos também ficam obsoletos. Há pouco queriam obrigar-nos (já se sabe que os amantes da liberdade gozam obrigando aos demais), a não dizer nunca jamais Pão com pão, comida de tontos[3] em exercício de alta e fina intelectualidade por parte de padeiros socialistas. E que não se lhe ocorra a ninguém dizer como dizia minha avó palentina[4] que o caldo de favas, faz as mulheres bravas, porque pode cair em cima um bom castigo. Há que revisar os refrãos um por um e fazer uma nova classificação que fuja das imposições machistas. Um novo refraneiro e um novo dicionário, uma revisão das piadas, uma profunda transformação do sentido do vestido que permita a Isidoro vestir saia (sem ser escocês) ou a Eufrásia usar bigode. E assim sucessiv@mente.
Não obstante, há outros refrãos que sim que têm caído em desuso e não voltarão jamais a poder se pronunciar. Meus avôs diziam De Madri ao Céu, com uma especial graça e com um amor pela capital da Espanha, que eram realmente admiráveis. Madri era a capital do Reino, a Madri dos Áustrias, a Madri do Parque do Retiro, a Madri de São Isidro tão popularmente pintado por Goya, a Madri dos prados de Santo Antônio ou a da Virgem da Pomba. Tal era o ambiente que caracterizava esta cidade, que qualquer espanhol que passasse por ali sentia o gozo de estar na Capital. De Madri, ao Céu dizia tudo o que se pode dizer desta cidade, outrora querida pelos habitantes da antiga Pátria.
Agora -podemizada[5] e carmenizada[6]-, Madri se converteu em Capital do Orgulho. Com a complacência de Partidos Políticos, que mandam representantes a presidir carroças ou levar banners. Com o lisonjeio amável desta sociedade que se rendeu ao Orgulho de forma escrava nestes dias. Livrarias religiosas, escolas, prefeituras e até alguns quarteis da Guarda Civil (não sei como se chamará agora a dupla de guardas civis), fizeram ondear a bandeira arco íris em um alarde de valentia, arrojo e valor para lutar contracorrente.
Já falou São Paulo na carta aos Filipenses 3, 19 d’“aqueles cujo fim é a perdição, seu Deus o ventre e sua glória suas vergonhas”. E isso que em Filipos ainda não havia World Pride, que eu saiba. Ensinando suas vergonhas, se enchem de orgulho e de glória. Passeiam suas vergonhas em carroças, ataviados, ataviadas, ataviades, ataviad@s e supertransatavi@des geralmente com tangas rosáceas, para que se veja que eles, elas, elles e el@s não tem preconceitos, exigem que se ame a liberdade e que se lhes respeite, ao tempo que portam crucifixos e outros símbolos católicos para que se veja que o Orgulho Gay é anticatólico. Gostam somente da paróquia do Padre Angel, que é um sacerdote angelical –como seu nome indica-, cheio de amor pelos sodomitas e disposto a meter em sua Igreja de Chueca todo aquele que se cisque nos mandamentos divinos. Igualmente ele e o Arcebispo que o mantém no cargo e no ministério.
Eu proponho que a partir de agora se diga De Madri ao inferno, porque parece mais próprio. Não lhes importará aos interessados, a quem tanto gostam de passar-se por entre as virilhas, este lugar que segundo a Igreja Moderna está vazio. Quando esta semana acabem os festejos orgulhosos, cada qual se irá a seu povo. Mas lamentavelmente todos levarão no passaporte de sua alma um visto para o inferno. Dizia Dante (outro que há que revisar), que por ali haverá um lugar destinado ao Orgulho. Assim, todos juntos se o passarão mais entretidos. Mas também andarão por ali os que calaram miseravelmente e não denunciaram este pecado que clama ao céu. O Arcebispo de Madri terá muito que explicar sobre seu silêncio destes dias. Ou a própria Conferência Episcopal que optou por adotar um silêncio mariquinhamente correto, tão aficionados eles a emitir comunicados sobre qualquer coisa intranscendente.
Antes se dizia que os bons e santos se iam ao Céu com botas. Agora haverá que dizer que os Orgulhosos, como não se arrependem e façam penitência, se apressam rumo ao Inferno com tamancos.
Fray Gerundio



Fonte: https://adelantelafe.com/Madri-al-inferno/


[1] No sentido da ideologia ganhar espaços públicos e estratégicos na área da educação e governos.
[2] Escapulário que se colocava às pessoas condenadas pela Inquisição para distingui-las.
[3] Dito popular no sentido de que o pão, apesar de ser um excelente alimento, não seria feito para vir só, mas acompanhado de outros alimentos. Aqui no sentido de uma crítica e censura ao senso comum.
[4] Natural de Palência, província espanhola.
[5] Referência ao partido socialista ateu Podemos, um correlato espanhol dos nossos partidos socialistas.
[6] No sentido de sodomizada

Nenhum comentário:

Postar um comentário