sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Antonio Socci: A Igreja Católica não é o partido de Bergoglio



À corajosa manchete que saiu no “Libero”(“O Partido do Papa. A mudança política do Vaticano”) apenas uma ideia deveria ser acrescentada: o Partido de Bergoglio é uma coisa (que está fazendo mal, mas vai desaparecer com ele), a Igreja Católica é outra. No outro dia Matteo Salvini * observou, com razão, na polêmica que teve com monsenhor Galantino. Além disso, a entrevista muito cáustica com Giovanni Sartori - o rei dos analistas políticos - ajudou a esclarecer tudo:

    “Para mim, isso que o Vaticano  profere é um absurdo é um desastre. Eles não estão interessados ​​em toda realidade dos fatos e se concentram em coisas muito pequenas”. [Nota: Sartori também declarou: “Galantino? Para mim, ele é ... demente”.]


Sartori sempre tem rasgado a política italiana a pedaços, mas para o Partido de  Bergoglio ele diz: “Deixe-me fazer o trabalho de analista político - você atende às coisas referente a necessidade dos sacerdotes”.

O que seria esses “fatos reais” ligados à necessidades dos sacerdotes? Sartori é impiedoso:

    “Por dois anos” - diz ele – “aqueles na Igreja de Bergoglio não disseram uma palavra sobre o extermínio dos cristãos, o massacre de católicos na África e no resto do mundo, junto com a contínua perseguição dos curdos. Eles devem centrar-se sobre estas questões e deixar em paz as coisas que não são da sua competência”.


É verdade que existem alguns casos chocantes de cristãos condenados à morte pela fé - como Asia Bibi ou Meriem – a quem Bergoglio sempre se recusou a mencionar.

Mas sobre a questão global da matança de cristãos que ele tem falado várias vezes. No entanto, ele sempre faz isso, muito tarde, de uma forma genérica, sem nomear as causas ou condenar os torturadores e até mesmo - o que é pior - deslegitimar a possibilidade de intervenções de uma "polícia internacional" para proteger as populações ameaçadas por massacres (intervenções que foram desesperadamente solicitado pelos bispos desses lugares).

Quando Bergoglio realmente se preocupa com algo, ele fala disso de uma forma séria e vigorosa, de forma contínua – até mesmo duramente. Por exemplo, em matéria de imigração [diz ele] que - em sua opinião - deveria acolher a todos em bloco, sem dizer uma palavra – sobre quem pagará os custos.

Nada disso foi visto em defesa dos cristãos massacrados. Por falar nisso, ele nunca economizou palavras de estima para o mundo islâmico, indo tão longe como pronunciar conceitos ecumênicos de ortodoxia duvidosa.

As palavras atrasadas ​​e genéricas direcionada às comunidades cristãs perseguidas não são, nem de longe comparável aos cuidados que ele tem concedido - por exemplo - com a ecologia. Ele escreveu uma encíclica para defender a sobrevivência de “algas, vermes, pequenos insetos e répteis”, mas para os cristãos perseguidos - nada. Ele declarou o 01 de setembro como dia mundial de oração para o ecossistema, mas para os cristãos massacrados - nada (e eles são o grupo humano mais perseguido do planeta).

Obviamente, a encíclica ecológica não foi só sobre os vermes e répteis, mas trovejou contra o uso de copos de plástico e ar condicionado (que, no entanto, é usado em Santa Marta). Por outro lado, ele nunca lançou qualquer trovão nem relâmpago nos açougueiros de cristãos.

Por que o Partido de Bergoglio intervêm de forma contundente contra políticos italianos, mas não contra os regimes islâmicos ou comunistas onde os cristãos vão para cruz ?

“A verdade é que é mais fácil (mais confortável) disparar contra os políticos que defendem os cristãos”, troveja Sartori que diz de Bergoglio que "ele é um argentino astucioso e deveria ter outras questões maiores para se preocupar”.

Na verdade, Sartori coloca questões dramáticas para o Vaticano: “É mais importante falar sobre o harém de partidos, do governo e do Parlamento ou das guerras religiosas se espalhando como fogo em todo o planeta Terra?”

Para a Igreja Católica é mais importante atender a Seus perseguidos [crianças]. No entanto, para o Partido de Bergoglio isso não parece ser o caso. E este - o analista político continua - expõe “a Igreja, que está sendo feito por maus olhos”.

O Partido de Bergoglio (que não se importa com fé e doutrina) se concentra na política -, mas não apenas na política italiana. Eles querem construir para Bergoglio uma espécie de liderança política mundial esquerdista no-global tipo ecologista, como os sobreviventes da esquerda italiana continuam dizendo (acima de tudo, Bertinotti, um fã de Bergoglio).

OBS: Fausto Bertinotti: ex-líder do Partido Comunista Italiano

Esta é a razão para a reabilitação e a glorificação em Roma da velha e desastrosa Teologia da Libertação, que João Paulo II e Bento XVI tinham justamente condenado.
No entanto, o evento que esclareceu mais esse projeto - antecipado em 2014 pelo encontro no Vaticano com os movimentos no-global (no
Leoncavallo Social Center estava presente) - foi a recente viagem de Bergoglio ao Equador, Bolívia e Paraguai.

Sandro Magister observou que nesta viagem “Francisco não escondeu sua simpatia para com os presidentes populistas dos dois primeiros países, enquanto que com o terceiro, ele mostrou frieza, até mesmo repreendendo-o publicamente por um crime que nunca cometeu, prolongadamente mal interpretado pelo Papa”.

Para essa matéria, a imagem emblemática dessa viagem foi o “martelo e a foice” (com um crucifixo ligado a ele), que Bergoglio não só aceitou como levou o presente de Morales (trazendo-o de volta para o Vaticano com ele), mas - a sua reprodução no medalhão - ele mesmo manteve-o em volta do pescoço para ser visto pela mídia mundial. Além disso, também em volta do pescoço - ele manteve o tradicional recipiente Boliviano para folhas de coca - outro presente de Morales. Essas coisas nunca foram vista antes.

Além disso, nessa viagem “manifesto político do Papa Bergoglio” foi esclarecido. Como Magister informou, isso aconteceu com o seu discurso em Santa Cruz “para” os movimentos populares no-global da América Latina e do resto do mundo, convocado por ele pela segunda vez em menos de um ano; em ambos os casos com o “cultivador de coca”  presidente da Bolívia, Evo Morales, na linha de frente.

O coração do “manifesto” de Bergoglio foi bem explicado por um de seus irmãos, o padre  jesuíta, James V. Schall, ex-professor de filosofia política na Universidade de Georgetown em Washington: “Até onde posso julgar, neste discurso peculiar dificilmente encontramos quaisquer vestígios da atenção cristã pela virtude pessoal, salvação, pecado, sacrifício, sofrimento, arrependimento e vida eterna - nem por um vale de lágrimas perene. Pecados e males são transformados em questões sociais ou ecológicos que requerem soluções políticas e estruturais”.

A mensagem chegou claramente e em voz alta. Em 13 de março - o dia anti-capitalista - escreve Magister – “Leonardo Boff, teólogo da Teologia da Libertação, convertido à religião da Mãe Terra, o italiano Gianni Vattimo, filósofo do “Il Pensiero Debole” [pensamento débil] seu pós- conceito modernista filosófico] eo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler Arcebispo das Pontifícias Academias de Ciências Sociais e conselheiro chave do Papa Bergoglio, todos tinham algo a dizer. Com muitos aplausos e com um satisfeito Sànchez Sorondo ao seu lado, Vattimo defendeu a causa de um novo comunismo internacional “papista” com o Papa Francisco como seu líder indiscutível.

No entanto, mais do que comunista, Bergoglio é um peronista, com o mito teológico do povo, e aquela “astúcia”, que o levou a lançar acusações contra o capitalismo e alta finança, embora -, note bem - sem nunca atacar ninguém precisamente, não o Internacional Fundo Monetário, nem o Banco Central da Europa ou dos Estados Unidos.

Em vez disso, Obama é o maior fã de Bergoglio e entusiasta e este último, evita, e tem muito cuidado com qualquer ataque (“Quem sou eu para julgar?”) Sobre as políticas secularistas fanáticas de Obama, que, sobre questões relacionadas com a vida, a família ou o sexo é abertamente contrário aos ensinamentos da Igreja Católica.

No entanto - como eu disse - o Partido Bergoglio é uma coisa, a Igreja Católica é outra. Eles estão em exatos opostos?

Na verdade, Bergoglio bate forte sobre os pontos da fé onde há renascimento.... Além disso, com o Sínodo, ele colocou uma bomba relógio sob a catedral doutrinária do Catolicismo.

Ele mesmo declarou a Scalfari que “não há Deus católico”. Há Bergoglio. E seu Partido.
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Notas do Tradutor:

* Matteo Salvini - Líder da Lega Nord (A Liga do Norte) Partido Político, muito crítico e sincero sobre o presente afluxo de imigrantes na Itália. Ele e Monsenhor Galantino, estavam em desacordo na semana passada quando Galantino, Secretário da Conferência Episcopal Italiana, sobre a questão dos imigrantes clandestinos, denunciou os políticos, chamando-os de "vendedores barato, que, a fim de ganhar votos dizem as coisas mais estúpidas." Até mesmo o ministro do Interior do governo de centro-esquerda, Angelino Alfano, disse que as palavras de Galantino foram completamente de nossa ordem.




Fonte: Rorate Caeli - Antonio Socci: "The Catholic Church is not the Bergoglio Party" - "for 2 years, nothing about extermination of Christians, but on Muslim migrants they can't stop talking!"  

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