quarta-feira, 13 de maio de 2015

Meio protestantismo é protestantismo por inteiro


 Hoje nós testemunhamos com resignação a queda de vocações sacerdotais, com a consequente redução do número de sacerdotes entre nós. Dia após dia aumentam as paróquias que precisam de um padre estável. Sem dúvida, os sacerdotes estão se tornando escassos. Na maioria das vezes há igrejas que são abertas esporadicamente para a celebração da Missa, enquanto eles permanecem fechadas a maior parte do ano.

Além disso, mesmo quando um sacerdote residente em uma paróquia grande, a sua presença pode ser progressivamente reduzida pela sobrecarga de trabalho que está envolvido para garantir serviço a muitas pequenas comunidades em sua área. Em muitos vales montanhosos não vai um sacerdote.

O que dizer? É uma imagem triste e desanimadora.

Mas surge a pergunta: Qual é o maior perigo? Ao nosso entender , a solução para tudo isso está  sendo ditada por aqueles mesmos que causaram  e aceleraram  o problema. Cristianismo “protestantizado” deu lugar a esta catástrofe há décadas e agora nos oferecem remédios!

Toda a reforma litúrgica dos anos 60 e 70 voltados para a centralidade da Palavra de Deus e uma revisão completa da antiga liturgia católica a ceder às exigencias de uma nova eclesiologia e de um novo enfoque pastoral que foi  violentamente implementado.


Esta é a nova eclesiologia: A igreja já não é o Corpo Místico de Cristo, e ganha o conceito de Povo de Deus. A ênfase não está focada no sacramento da Ordem e do sacerdócio, que formam a estrutura hierárquica da organização da igreja; a ênfase passa a ser o batismo e o leigo forçado a se tornar cada vez mais um corresponsável  na a gestão da Igreja.

Desta nova eclesiologia que enfatizou a comunidade em vez da união com Deus em nosso Senhor Jesus Cristo veio a preocupação constante de que todos os textos da missa e os sacramentos fossem traduzidos para o vernáculo os fiéis não se sentirem inferior aos sacerdotes durante a oração pública.

Os fieis como responsáveis com os sacerdotes no templo deve ser capaz de compreender imediatamente tudo o que está sendo dito a fim de governar democraticamente a casa de Deus. Aqui está o porquê do excesso de  peso que foi dado à Palavra de Deus. A intenção era ler a Bíblia na missa.

O resultado foi este: Criatividade libidinosa na liturgia da Palavra com os leitores leigos, comentadores, gestos simbólicos leigos para acompanhar as leituras, a participação dos fiéis nas homilias e nas intermináveis orações seguido por uma rápida Consagração e rebaixada em sacralidade. Consagração que os indivíduos mais esclarecidos diziam que ainda estava reservada ao sacerdote já que "nós" católicos não estavamos caminhando para o protestantismo.

Poderíamos explicar assim: Uma vez que o Concílio, uma espécie de semi-protestantismo foi formado gradualmente, o que não elimina o sacerdote mas o relega a um pequeno canto: a Consagração. E ela rigorosamente traduzida em vernáculo com todas as palavras tiradas da Bíblia ditas em voz alta para os fiéis, ouvindo, confirmem com seu "amém". Naturalmente desde que se democratizou, a Igreja necessita do assentimento dos fiéis na proclamação do "mistério da fé" e na comunhão com os fiéis dizendo  seu "sim", a fim de reforçar a presença de Cristo realizada atravéz. É realmente uma espécie de semi protestantismo!

A revolução litúrgica assim concebida procurou trazer um novo impulso para a vida cristã e da missão da Igreja na sociedade. Mas logo ficou claro que estava produzindo confusão. A Revolução social e cultural de 1968 explodiu nos anos pós concíliares assumiu a culpa. Dizia-se que tudo iria encontrar o seu lugar e, depois dos erros  e confusão viria um tempo de paz e de edificação frutífera chegaria. Ainda estamos esperando!

A última tentativa por esse curso veio durante o pontificado interrompido de Bento XVI, que promoveu fortemente um reequilíbrio da reforma à tradição; mas essas ilusões desapareceram com sua abdicação.

Hoje, a igreja parece um campo após uma batalha: Em ruínas com  cadáveres para enterrar. Não é apenas a sociedade que não retornou ao cristianismo, mas não há sacerdotes para embarcar em uma nova missão.

Não obstante, o que fazem os netos dos revolucionários há décadas? Eles propõem a substituição da Missa por uma liturgia da Palavra animada por leigos para terminar  em Comunhão Sacramental! É a consequência lógica da reforma mais desastrosa e falsa da Igreja. E esses descendentes - dizemos agora com certeza -  consumaram o desastre.

A doença não afugenta a infecção, a praga não detem  a pestilência a não ser que se mate tudo - E se fosse assim, que tipo de vitória seria?

Através de seus períodos de crise a Igreja nunca diluiu sua identidade para chegar em todo o mundo. Pelo contrário, aumentou o seu zelo para seus sacerdotes fossem mais  sacerdotais e mais católicos.

Nos tempos medievais, por volta de 1000, houve uma grande crise e os sacerdotes se uniram nas paróquias, estabeleceram canonjias a fim de que os ministros de Deus pudessem se santificar por meio de uma vida quase monástica. Eles purificaram e nos  deram a liturgia mais esplêndida, juntamente com um aumento na oração. Em suma, eles formaram a base para uma profunda regeneração das vocações sacerdotais pois sabiam muito bem que não há Igreja sem sacerdotes.
Recentemente li na imprensa em letras garrafais: Não há sacerdotes, os fiéis oferessem a missa.” Isto permite-nos compreender que nós andamos sem obstáculo em direção oposta à verdadeira reforma da da Igreja. Certamente a imprensa exagera, os leigos não podem oferecer uma missa de verdade, apenas ler as Escrituras e distribuem a comunhão. Mas, como é possível que não vejamos que esta é a fase final do desaparecimento da Missa entre nós?

Estamos acostumados a ficar sem sacerdote que ensine a doutrina  e leigos interpretar os bispos e o Papa livremente. Nós apenas necessitamos que celebrem uma pseudo-Missa para declarar a inutilidade do sacerdote.

O que faria um seminarista (um milagre vivo na igreja), enquanto lê estas manchetes em um jornal? Não fica claro  que a Igreja não precisa mais deles?

Em todo esse caos tem-se a suspeita de que sacerdotes e fiéis educados no espírito da Igreja Nova, semi-protestantizada, vêm nas pseudo-missas das igrejas sem sacerdotes, a última chance de concluir a reforma da Igreja que o Vaticano II deixou pela metade. Sim, eles querem uma igreja onde todos são sacerdotes, onde Cristo nasce na consciência de cada indivíduo e na comunidade; uma Igreja na qual Cristo não desce do alto, uma igreja onde o sacerdote é um legado do passado destinado a desaparecer, em resumo: O FIM DO CRISTIANISMO.

Cada vez mais estamos convencidos de que não erramos ao voltar definitivamente para a antiga Missa que,  certamente não permitirá esses desvios. Caso  mais sacerdotes e fiéis entendam isso, então eles teriam a oportunidade para um verdadeiro renascimento oferecido por Deus.

O que mais precisamos que aconteça para libertar nossas mentes e corações?


Fonte: Rorate Caeli: Radicati Editorial: Protestantism halfway is Protestantism all the way


Nenhum comentário:

Postar um comentário