domingo, 18 de maio de 2014

Jesus Cristo na Profecia


É próprio de todo ser humano prudente estudar e investigar com seriedade qualquer problema que se apresente. Mas, se para esse estudo exige-se crítica e seriedade, mais seriedade e crítica deve ser exigida deve ser exigida do problema religioso.

É próprio da criatura consciente de seus atos não se deixar levar por cargas afetivas próprias do psiquismo inferior, mas sim utilizar a qualidade essencial do homem, a inteligência, aplicando-a com seriedade crítica e científica na investigação da verdade.

“Padre... ” e reformula uma pergunta de religião.

Após dez minutos de conversa, eis que ele se despede: “O senhor não me convence...”

Fico pensando: o que diria um professor da Faculdade de Medicina se algum ignorante das coisas da Medicina lhe pedisse: “ Queria que o senhor, em dez minutos, me esclarecesse sobre Medicina...”

“ Em dez minutos?! Após muitos anos de estudos sérios, chegamos à conclusão de que pouco ou nada sabemos de Medicina. E em dez minutos?”

Será possível julgar com seriedade um homem que pretende entender questões de tal transcendência em dez minutos?


Mas onde está a verdade no problema religioso?

Poderemos, com segurança, navegando pelo mar da vida, revolvido pelo furacão das paixões e cruzado por múltiplas correntes de doutrinas encontrar o porto da Verdade?

Quantos que agora leem está a navegar à deriva das paixões e ao ulular do furacão das doutrinas!

Reiteradas observações feitas pelos técnicos, bússola, carta de marear à frente e mão firme no leme são indispensáveis para evitar a rota incerta.

Na carta de marear com duas coordenada – longitude e latitude, paralelos e meridianos -, localiza-se matematicamente a situação do porto.

Se alguém, navegando pelo porto da Verdade, deparar com coordenadas que mostram, com precisão, as balizas de um porto; se reconhecer as cintilações precisas peculiares do farol indicando-o não há por que duvidar, navegue nessa direção; ancore nesse porto. É o porto da verdade.

 

A EXISTÊNCIA DESSE PLANO

Se esse plano fosse posterior à vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, não teria o valor demonstrativo que possui.

Se o plano fosse de data desconhecida, poder-se-ia falar em falsificação.

Séculos anteriores à vinda de Jesus Cristo, encontrava-se esse plano total e detalhadamente delineado. E estava ele custodiado precisamente pelos inimigos originário do Cristianismo.

Fato criticamente certo. Tinham os judeus, em suas Escrituras, uma série de vaticínios concretos, de características específicas, concernentes ao Messias que eles aguardavam   – o Legado Divino   o Filho de Deus.

A versão do Antigo Testamento, elaborada pelos 70, do hebreu ao grego, terminou aproximadamente dois séculos antes de Jesus Cristo, pois já em 130 antes de Cristo era encontrada no Egito. Nessa versão dos 70 encontram-se os vaticínios messiânicos íntegros tal como lemos atualmente.

Durante onze séculos, século a século, foram vaticinadas as peculiaridades do Legado Divino, por meio de profetas.

Cinco séculos (no final do século V) antes de sua vinda, terminada se encontrava a descrição dos traços do Messias.

Como comenta Santo Agostinho! “ Não nós, mas os judeus, são os conservadores desses livros que são nossos. Quando queremos mostrar que Jesus Cristo foi profetizado, apresentamos esses livros aos pagãos. E afim de que os obstinados em não crer não viessem a dizer que foi composto por nós e adaptados ao acontecido, como falsificadores, precisamente por isso podemos convencê-los, com evidência, de que tal não é assim, porque todos esses livros em que Jesus Cristo está profetizado, todos estavam séculos antes da vinda de Cristo, em poder dos judeus: eles são seus guardiões.”

Eles, os judeus, conservaram para nós os escritos que durante onze séculos consecutivos iam enfeixando as predições do futuro Messias. Todas as predições – feito histórico inegável em ciência – estavam já publicadas séculos antes da vinda de Cristo.

 

CONTEÚDO DO PLANO

Alguns vaticínios são de um profeta; outros, de outro.

Cada profeta descreve um traço ou uma circunstância do Messias vindouro.

E todos esses fragmentos separados convergem para um ponto concreto: A Pessoa Íntegra do Messias.

Foi anunciado: virá o Messias e nascerá da estirpe de Adão (Gn 22,18; 26,4).

E descenderá de Isaac (Gn 26,4) e, dentre os filhos de Isaac outra predição anuncia que descenderá de Jacó (Gn 28,14) e outra nova predição determina que das doze tribos procedentes dos filhos de Jacó (Gn 49,8); e, finalmente, outra profecia indica, concretamente, que, dentre as numerosas famílias da tribo de Judá, nascerá o Messias da família de Davi (Sl 88).

Daniel, em termos concretos de tempo, predisse que, ao findar setenta semanas (de anos) dar-se-ia a prevaricação do povo judeu, sobrevindo a morte do Messias. “ Será morto o Cristo, e o povo que o há de negar não será mais seu. E um povo, com seu capitão, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário; e o seu fim será uma ruína total e, depois do fim da guerra, ali se implantará a desolação. E o Cristo confirmará sua Nova Aliança... com muitos”(Dn 24,27).

Malaquias confirmou a predição dizendo que o Messias viria para o segundo templo e, após sua vinda, permaneceria para sempre destruído o templo (Ml 3,1).

Miquéias (5,2) observou que o local em que nasceria o Messias chama-se Belém.

Isaías (9,1-2; 42,1) predisse que o Messias doutrinaria especialmente na Galileia, tratando os pecadores com benignidade e mansidão.

Zacarias (11,12) predisse a venda do Messias por 30 moedas e que o traidor as lançaria no templo, e com elas se compraria uma olaria.

Isaías, contrariando a crença do povo judeu sobre o Messias predisse:

  1. O Messias iria ser apontado como malfeitor e entre eles colocado (Is 53,2);
  2. que haveria de ser condenado à morte (53,8);
  3. que haveriam de açoitá-lo, esbofeteá-lo e nele escarrar (50,6).

E as cenas da Paixão do Messias estão exposta com tanto detalhe que inundam a alma de luz.

O Messias será despojado de sua túnica, dividida, por sorteio, entre os soldados (Sl 21,19).

No suplício da cruz, sofreria ele o tormento da sede, a língua ressecada como uma telha, colada ao paladar (Sl 21,16). Para aliviá-lo da sede, apresentar-lhe-iam uma esponja embebida em vinagre (Sl 68,22).

Todos quantos o viam cravado na cruz iam escarnecer dele e arreganhando os lábios e meneando a cabeça a cabeça, diriam: “Esperou no Senhor: livre-o, salve-o, se é que o ama” (Sl 21,7).

Completando a cena, disse Zacarias “ que permaneceriam a olhar o cadáver aqueles mesmos que o haviam atravessado com suas lanças” (Zc 12,10).

Predições, senhores, concretas, concretas no tempo, concretas no espaço, concretas no fato.

Não são meras conjecturas nem enunciados equívocos, vagos e imprecisos.

São predições à distância de séculos. A duração histórica da instituição pré-profetismo em Israel abrangeu o espaço de muitos séculos, e todos os traços da figura estavam concluídos antes da finalização do século V antes do Messias.

Não são previsões a curto prazo, em que talvez se pudesse prever alguma probabilidade.

Predições sobre complicadíssimos e múltiplos acontecimentos, em cuja realização teriam de intervir um sem número de vontades humanas, ainda inexistentes, que só haveriam de intervir na História após o fluir de muitos séculos.

Predições contra todo o pensar e sentir dos judeus, tais como a destruição do templo, o fim de sua religião, a vocação dos gentios, as ignomínias que o Messias sofreria e a maneira pela qual se verificaria a esperada redenção.

Predições que, se houvessem sido fruto da mente dos profetas, jamais teriam sido cumpridas, muito menos todas as predições de todos os profetas no mesmo e único personagem a que se referiam.

 

REALIZAÇÃO DO PLANO

 

E da estirpe de Abraão descendeu Isaac, e da estirpe de Isaac descendeu Jacó, e da estirpe de Jacó descendeu a tribo de Judá, e da família de Davi... tudo exatamente como previsto por Daniel cinco séculos antes... Deixou de existir o cetro de Judá, como anunciara Jacó, e na insignificante povoação de Belém, como predissera Miquéias, nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, numa precisão de cronologia e local absoluta.

E... Jesus Cristo entrou no segundo templo, como o predisse Ageu, templo esse que, após a vinda de Jesus Cristo, permaneceu arruinado e destruído, como profetizou Malaquias.

E... a Galileia transformou-se no lugar principal de suas pregações com a mesma benignidade por Ele descrita no Pai do Filho pródigo e no Bom Pastor, tal como predissera Isaías oito séculos atrás.

E tal multiplicidade, e tal minuciosidade de pormenores tiveram, em Nosso Senhor Jesus Cristo fidelíssimo cumprimento na semana 70 de anos, segundo profetizara Daniel; após haver sido vendido por 30 moedas, como predissera Zacarias; apontado como malfeitor, condenado à morte a pedido do povo... como fora previsto, minuciosamente ponto a ponto, nos Salmos, morria Nosso Senhor Jesus Cristo cujo corpo lanceado, já cadáver, como Zacarias o vaticinara, foi enterrado no sepulcro de um homem opulento, José de Arimateia, como Isaías o consignara.

Tão categóricas, tão afirmativas, tão abundantes, tão ricas nos mínimos detalhes, cumpridas côa a mais fiel exatidão no fluir dos séculos após séculos e no momento preciso por elas assinalados, tais predições jamais poderiam ser fruto da inteligência humana, nem qualquer homem sério e de crítica científica atrever-se-ia a assim supor.

Predizer, onde a vontade humana intervém!

As chamadas estatísticas jamais predisseram fatos concretos, determinando o local, o tempo e as pessoas. Expressam apenas, segundo o cálculo das probabilidades – nada mais que probabilidades - , alguns acontecimentos humanos.

Com antecedência de anos, quanto mais de séculos como é árduo predizer com exatidão fenômenos dependente da vontade humana ( e sobretudo quando entra em jogo um sem -número de vontades) e predizê-los com pormenores precisos, concretos e múltiplos; escusado é intentar provar, que, em ciência pura, tudo isso é absurdo.

Ninguém que possua seriedade científica atrever-se-á a supor que a inteligência humana possa vaticinar, com absoluta exatidão, através dos séculos, acontecimentos que dependam do múltiplo concurso de vontades humanas.

Essas previsões, com as notas de afirmação categórica, determinação concreta e exata, cumprimento de precisão absoluta são próprias somente daquele entendimento que, por ser  Infinito, está presente em todos os tempos e perscruta o futuro livre, ainda inexistente, mas que terá realidade física em seu tempo.

E se Deus é o autor dessas profecias contidas nas Escrituras, bem podemos guiar-nos por elas na obtenção da verdade.

Mais de 30 coordenadas, que coincidem, com a mais exata das precisões, com a Pessoa de Jesus Cristo podem deixar-nos mais que convictos da que Jesus Cristo é a Verdade.

Duas coordenadas.latitude e longitude, cintilações de luz do farol, assinalam o porto para o qual o barco navega, servido de guia fidelíssimo para que nele e com segurança a âncora seja lançada.

Cintilações de luz divina, emitidas durante onze séculos, assinalando Jesus Cristo – Legado Divino e Filho de Deus – com segurança podem conduzir-nos a Ele, porto da Verdade Religiosa.

Quando a Ele chegarmos, ouçamos de seus divinos lábios: “Ego sum veritas”, “ Eu sou a Verdade”.

As credenciais entregues por Deus a seu Filho são de tal natureza, por sua multiplicidade e clarividência, que acalma a curiosidade mais escrupulosa.

Além do mais, elas evidenciam a má-fé dos que, cegos por vontade própria, obstinam-se a não considerá-las nem admiti-las.

 

Jesus Cristo é Deus? – José Antônio de Laburu,SJ

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