segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Decálogo (Os 3 primeiros Mandamentos, relação do homem com Deus)

                                 Dos Preceitos Divinos contidos no Decálogo dado a Moisés








Conforme escreveu Santo Agostinho, o Decálogo é um resumo de todas as leis. Ainda que o Senhor falasse de muitas coisas, a Moisés entregou só duas lápides, as chamadas tábuas do futuro testemunho na Arca da Aliança.
Na verdade, quem faz por compreender, reconhecerá que todas as outras determinações de Deus dependem daqueles dez preceitos.
Sendo, portanto, o Decálogo a suma de toda Lei, cabe aos pastores a obrigação de meditá-lo dia e noite (Sl 1,2), não somente para ajustarem sua vida por essa norma, mas também, na Lei do Senhor, o povo que lhes está confiado. " Os lábios do sacerdote guardam a ciência, e de sua boca procuram os homens conhecer a Lei, por que ele é um Anjo do Senhor dos exércitos" (Ml 2,7).


Dentre as razões que movem o homem a cumprir os preceitos do Decálogo, a mais eficiente é o fato de ser Deus o autor dessa mesma Lei, portanto, autoridade terrena nenhuma tem o direito de contrariar esses preceitos; legisladores, juízes, chefes de estado todos devem observância aos Mandamentos como ordem natural e perfeita devido sua origem divina, não podendo as autoridades civis ir de encontro sob a falaciosa idéia de estado laico. Com a observância desses preceitos a Santa Igreja construiu a civilização ocidental, eliminando toda crueldade dos povos bárbaros que cumpunham a Europa, transformando o continente no berço da civilização, fato vergonhosamente escondido em ambientes acadêmicos.
Diga-se, muito embora, que a Lei "foi promulgada pelos Anjos" (Gl 3, 19); contudo, ninguém pode contestar que seu autor é o próprio Deus. Estava essa luz divina quase ofuscada pelos maus costumes e por vícios inveterados entre os homens. Todavia, pela promulgação da Lei de Moisés, Deus não trouxe uma luz nova, mas deu antes mais fulgor à primitiva.
Em nossa época, não faltam pessoas que, para sua grande desgraça, se atrevem a declarar, impiamente, que a Lei, não é necessária para nossa salvação.
Essa opinião ímpia e abominável foi refutada nas Escrituras Sagradas como disse o Apóstolo: " O que vale é observar os Mandamentos de Deus" (I Cor 7, 19);" Quem tem os mandamentos de Deus, e os põe em prática, esse ama a Deus" (Jo 14,21); Nosso Senhor mesmo disse também: " Quem Me ama, guarda a Minha palavra" (Jo 14,23).
OBS: a violação de qualquer um dos mandamentos do Decálogo, é suficiente para levar o pecador para a desgraça eterna, caso ele morra impenitente sem o sacramento da Confissão, por isso as faltas contra o Decálogo são chamadas de Pecados Mortais.









Do Primeiro Mandamento

Amar a Deus sobre todas as coisas







Sendo Deus imóvel, imutável e sempre igual, temos obrigação de aceitarmos Suas palavras, e de crermos plenamente em Sua autoridade.
  • Deus existe Se revelou como único, por isso não existe o politeísmo.
  • Pecam contra esse preceito, os que não tem fé, esperança e caridade. A essa classe pertencem os hereges, que não creem na verdade ensinada pela Santa Mãe Igreja; os que acreditam em advinhos, cartomantes, jogo de búzios, videntes e qualquer coisa supersticiosas; os que perdem a confiança na salvação.
  • Adoramos a Deus prestando culto a seus intercessores, Anjos e Santos e através da veneração das relíquias e imagens dos mesmos.
  • Não adorar imagens como se essas fosse uma divindade ou detentora de poderes extraordinários, que as torne dignas de adoração e às quais se deva fazer súplicas, pondo confianças em meras representaçãoes.








Do Segundo Mandamento

Não tomarás em vão o nome do Senhor teu Deus.







  • Blasfemar e maldizer a majestade de Deus e todas as criaturas que devem bendizer e exaltar, como o nome dos Santos que já estão na Glória do Seu Reino.
  • Jurar pelo nome de Deus em coisas banais e levianas e para justificar o que é falso e inútil.
Obs. Podemos jurar por Ele santamente, quando invocamos a Deus por testemunha de uma verdade. A razão de tal diferença é que o juramento só foi instituído como remédio da fragilidade humana, e como meio necessário para provar a veracidade de nossas afirmações.
  • Não fazer juramento em assuntos corriqueiros e não sejamos demasiadamente fáceis para jurar, pois está advertido: " O homem que jura muito, será cheio de iniquidade, e a desgraça não se apartará da sua casa" (Eclo 23,12).
  • Jurar prometendo alguma coisa com a intenção de não cumprir o prometido.
  • Jurar cometer um pecado mortal, como exemplo, o de matar um homem, peca contra esse Preceito desde que haja reflexão e seriedade e não falte ao juramento a verdade.
  • Adulterar o sentido reto e verdadeiro das Sagradas Escrituras em favor de outras doutrinas e heresias.
  • Tomar palavras e sentenças das Sagradas Escrituras para usar em sentido profano, deboches, sandices, lisonjas, difamações, advinhações, sátiras e outras infâmias.
  • Desprezo da oração e não buscar assistência de Deus.









Terceiro Mandamento
Lembra-te de santificar o domingo e demais dias santos.

  • Este preceito regula o culto externo, que devemos a Deus. Não podemos deixar de render exteriormente culto e ação de graças Àquele que a fé e a esperança nos levam a venerar amorosamente. Dentre as mais obrigações prescritas em dias santos, uma é reunirem-se os fiéis na igreja para escutar a palavra de Deus e assistir o Santo Sacrifício da Missa.
  • Deixar, em tempo determinado, os trabalhos corporais, ocupações, interesses temporais e divertimento, conservando-se livre para se aplicar de corpo e alma, ao cuidado de prestar piedoso culto a Deus.
OBS: A proibição do trabalho se dá não por ser indecorosa, mas por distrair o nosso espírito do culto a Deus.
Também não viola esse preceito, quem precisa trabalhar aos domingos e cuja omissão acarretaria prejuízo.
A observação dos dias santos estabelecidos pela Igreja servem para ser observados e devemos santificá-los como o domingo, pois, desde o início da Igreja, e nos tempos posteriores, os Apóstolos e nossos Santos chefes instituiram outros dias festivos para que celebrássemos com amor e devoção, a lembrança dos benefícios divinos.
Entre eles, consideram-se, como mais insignes, os dias consagrados ao culto divino, por causa dos Mistérios de Nossa Redenção. Depois, os dias comemorativos da Santíssima Virgem, dos Apóstolos, dos Mártires e outros Santos que reinam com Cristo. Pela exaltação da sua vitória, glorificamos a bondade e o poder de Deus, a eles mesmo tributamos as honras devidas e o povo cristão é levado à imitação de suas virtudes.

Catecismo Romano III,IV,1-28.