sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Catequese sobre a Igreja

 De fato, desde que o mundo é mundo, por grande bondade e clemência, Deus nunca abandonou Suas criaturas. Mas, em muitas ocasiões e de várias maneiras falou a nossos pais pelos Profetas; conforme a época em que viviam, ensinou-lhes um caminho reto e seguro para a bem-aventurança do céu.

Tendo predito que enviaria um mestre de justiça até os confins da terra, Deus falou-nos em último lugar pela boca de Seu Filho. Por uma voz descida do céu, da majestade de Sua Glória, mandou também que todos O ouvissem, e obedecessem a seus preceitos.





A Igreja fala em nome de Cristo.O Filho, porém, a uns fez Apóstolos; a outros, profetas; a outros pastores e mestres. Deviam eles anunciar a palavra da vida, para que não fôssemos levados, como crianças, à mercê de qualquer sopro de doutrina, mas apoiados na sólida base da fé, nos edificássemos a nós mesmo como a morada de Deus no Espírito Santo.

Para que, ouvindo a palavra de Deus, ninguém a tomasse como palavra humana, mas pelo que ela é realmente, como palavra de Cristo, quis o próprio Nosso Senhor atribuir tanta autoridade ao magistério de seus ministros, que chegou a declarar: " Quem vos ouve, a Mim é que ouve; e quem vos despreza, a Mim é que despreza", (Lucas 10,16).

Sem dúvida, não queria aplicar essas palavras só aos discípulos, mas também a todos os outros que, por legítima sucessão, assumissem o encargo de ensinar. A todos eles prometeu assistência, dia por dia, até a consumação dos séculos, (Mt 28,20).

É que saíram pelo mundo falsos profetas (1Jo 4,1), dos quais disse o Senhor: " Eu não ensinava esses profetas, e eles corriam; Eu não lhes falava, e ainda assim eles profetavam (Jr 23,21).

Catecismo Romano Pr 3-4.

Mais uma vez o blog destaca a necessidade de esclarecer aos católicos menos, mau ou nada informado e influenciado pelo nefasto sistema de comunicação em massa e ambiente "intelectualizado", os cuidados que ele deve ter contra o falso ecumenismo difundido após o Concílio vaticano II, que passa uma falsa idéia de que toda religião é igualmente boa e eficazes para agradar a Deus.


Crer na Igreja

É necessário essa compreenção sobre a Igreja, para se escapar ao tremendo perigo da heresia, pois se torna herege não só por pecar contra a fé, mas antes por menosprezar a autoridade da Igreja, e defender suas ímpias afirmações.



Jesus Cristo e os chefes visíveis.
A enorme multidão de homens dispersos em todas as direções é uma e una, em virtude das mesmas razões que São Paulo alegava aos Efésios para provar que há "um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo" (Ef 4,5). Nela há tambem um só que dirige e governa. Invisivelmente, é Cristo a quem o Eterno Pai constituiu "cabeça de toda a Igreja, que é Seu corpo" (Ef 1,22-23); visivelmente, porém, é aquele que ocupa a cátedra de Roma, como legítimo sucessor de São Pedro, O Príncipe dos Apóstolos.

A Igreja visível precisa de um chefe visível. Por isso é que Nosso Salvador estabeleceu a Pedro como Chefe e Pastor de todo o rebanho dos fiéis, quando em termos graves o incubia de apascentar Suas ovelhas (Jo 21;15); e, por sinal, quis que os sucessores de Pedro tivessem, incontestavelmente, os mesmos poderes para reger e governar toda a Igreja.

Santidade da Igreja. Dizemos que a Igreja é Santa, por ser consagrada e dedicada a Deus (Lv 27, 28-30). Há, pois, o costume de chamar-se santas as coisas, embora materiais, uma vez que sejam destinadas e consagradas ao culto divino, como eram na Antiga Lei os vasos (Nm 31, 6), as vestiduras (Ex 28, 2), os altares (Ex 29, 37). Os primogênitos (Ex 34, 19) que eram consagrados ao Altíssimo, a Lei também os considerava santos. No entanto, não é de se estranhar que a Igreja tenha muitos pecadores. Pois são chamados santos os fiéis que se fizeram povo de Deus (1Pd 2,9), e que pela recepção do Batismo se consagraram a Cristo, embora fracos em muitos pontos, e não cumpram o que prometeram.

A Igreja ainda é santa, por está unida como um corpo a uma cabeça santa, a Cristo Nosso Senhor (Ef 4, 15-16), fonte de toda santidade, e da qual dimanam os dons do Espírito Santo e as riquezas da bondade divina.

Diz Santo Agostinho: " Se todos os cristãos e fiéis que se batizaram em Cristo, de Cristo se revertiram, como diz o Apóstolo: Todos vós que fostes batizados em Cristo, foram revertidos de Cristo, se os que tornaram membro do Seu Corpo (Ef 5, 26-30), ainda afirmam que não são santos - fazem agravo à própria Cabeça, cujos membros são santos".

Torna-se evidente que a Igreja é santa (Ef 1, 1-4) e realmente santa, porque é o Corpo de Cristo, sendo por ele santificada, e purificada pelo Seu Sangue (Ef 1, 7-23; 5,26).

Catolicidade. Católica quer dizer, universal. Assenta-lhe bem a designação, porque " os fulgores de uma só fé, como diz Santo Agostinho, se vão dilatando desde o Oriente até o Ocidente".

A Igreja não é delimitada por um só país nem a uma só raça, como acontece nas instituições políticas e nas agremiações heréticas.

Por isso está escrito: " De todas as tribos e línguas, povos e nações, Vós nos remistes para Deus em Vosso Sangue, e de nós fizestes um Reino para Deus (Ap 5 9-10).

A Igreja chama-se também universal, porquanto os que desejam a salvação eterna, devem todos professá-la, e prestar-lhe obediência, assim como os que deviam entrar na arca, para não perecer no Dilúvio.

Apostolicidade do Magistério da Igreja. Agora que pela graça da Revelação, a Verdade da Igreja faz remontar até os Apóstolos, percebemos, que a doutrina da Igreja não aparece como novidade, mas é a mesma que os Apóstolos já pregaram outrora e que se espalhou como um germe por toda face da terra.

Em verdade, o Espírito Santo só governa a Igreja por ministros de sucessão apostólica. Este Espírito foi dado aos Apóstolos (At 2, 1-3 e Jo 14, 16-17) e sempre permaneceu na Igreja (At 4, 31; Rm 5,5), graças à infinita bondade de Deus, devido a isso, a Igreja é a única que não pode errar no ensino da fé da moral. Todas as outras "igrejas", caem fatalmente nos erros mais perigosos, quanto a fé e aos costumes, por serem guiadas pelo espírito de divisão e confusão.

Possuindo as figuras do Velho Testamento a grande virtude de comover o coração dos fiéis, e de lhes recordar os mais sublimes Mistérios, os Apóstolos a empregavam com particular predileção.

Entre as figuras, existe uma de grande alcance: a "Arca de Noé" (Gn 6, 1).foi construida por ordem de Deus, só porque devia inegavelmente representar a Igreja. Deus instituiu esta de tal forma, que todos os homens que nela entram pelo Batismo, podem preservar-se de todo o perigo da morte eterna. Mas, os que ficam fora dela, perecem afogados em seus crimes, como sucedeu aos que não abrigaram na arca.

Outra figura é a grandiosa Jerusalém, cujo nome as Escrituras empregam, não raras vezes, para designar a Santa Igreja (Gl 4,26; Hb 12-22). Só naquela cidade era lícito oferecer sacrifícios a Deus (Dt 12, 11-13; 17 -18); assim também só na Igreja, e fora dela em parte alguma, se encontra o verdadeiro culto e o verdadeiro Sacrifício, que pode unicamente agradar a Deus.

Catecismo Romano.